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fevereiro 28, 2012

Essencial VII - Trench

Podia ter chamado gabardina a este essencial mas não era a mesma coisa. A trench é uma gabardina com algumas particularidades que fazem toda a diferença. A trench mais típica é de algodão, assertoada, com cinto e um comprimento que a faz cair a meio entre a cintura e o joelho. Este é o comprimento mais versátil pois tanto serve para cobrir um blazer como pode ser usada de forma mais informal com um cardigan ou apenas uma camisa. O cinto é um acessório interessante pois permite cintá-la e criar uma silhueta mais elegante. A trench também tende a conservar referências às suas origens militares caso das divisas nos ombros (como esta em azul marinho). Normalmente tem um forro destacável.


Quanto a mim nunca faz frio em Portugal (pelo menos em Lisboa) para justificar uma trench sobre um casaco por isso opto e aconselho a adquirir mais justa (como na foto acima) para ficar fitted com uma camisa. Os leitores do blog também já sabem que recomendo sempre um design clássico e simples, principalmente para as peças essenciais. Apenas dois bolsos (que nas trenchs tendem a ser verticais), nada de fechos ou bolsos suplementares. As divisas são o único "extra" que considero permissível numa trench.

Tratando-se de um essencial também recomendo sempre optar por uma cor neutra sendo a bege a mais óbvia. Mas pode ser cinza, azul marinho ou claro, verde escuro, castanha ou mesmo preta

Talvez esteja a perguntar-se porque é que recomendo como essencial um artigo para a chuva num país em que chove pouco. Porque uma trench não é aquela gabardina feia e sem formas que só usamos se for mesmo necessário. Uma trench é cool e não é preciso desculpas para usarmos uma. Não prometo é que o uso de uma traga o assédio do sexo oposto que a foto de cima sugere.

Man in black

O preto é uma excepção no meu guarda-roupa. Sempre achei maçador vestir de preto. Mas é uma cor com alguma versatilidade e por isso faz sentido ter algumas peças pretas. Hoje quase toda a minha roupa era preta, trench preta, gravata preta e sapatos pretos. A monotonia total foi cortada pelo verde escuro das calças.

Gravata em tricot da Giovanni Galli; Camisa em algodão da Mike Davis
Trench em algodão da Zara
Calças corte chino em bombazina fina da Massimo Dutti
Sapatos Oxford wingtip em pele da Bata

fevereiro 27, 2012

Fit, fit, fit

A invenção do pronto-a-vestir trouxe muitas vantagens aos consumidores nomeadamente fazer baixar o preço da roupa. E habituámos-nos de tal forma à facilidade e rapidez de comprar vestuário desta forma moderna que assumimos literalmente a expressão pronto-a-vestir. Esta facilidade foi particularmente apreciada pelos homens que tradicionalmente gostem menos de ir às compras. No entanto, é impossível a produção em série abranger todas proporções corporais mesmo se actualmente há marcas que já oferecem artigos com diferentes cortes (por exemplo camisas casual fit, slim fit, superslim fit). Em roupa mais informal o mau ajuste passa mas em peças mais formais ele é essencial para elogiar as formas corporais da maneira que é suposto a roupa fazer.

Pela minha experiência o pronto-a-vestir masculino é modelado para corpos altos e magros. Só esses conseguirão encontrar nas lojas roupa que lhes assenta na perfeição. Para todos os outros esqueçam a marca, o estilo ou o preço da roupa. A característica mais importante de uma peça de roupa é o ajuste ao nosso corpo. Pelo que um homem que queira ter um guarda-roupa personalizado precisa do auxílio de um alfaiate ou costureira. Esta é aliás uma tendência recente de consumidores cada vez mais exigentes. À semelhança dos chefs de cozinha está a ocorrer um renascimento da profissão de alfaiate. Esta evidência está bem patente no facto de cada vez mais marcas de pronto-a-vestir oferecerem serviços de alfaiataria.
A diferença antes e depois de ser ajustado ao corpo é elucidativa. Nem parece o mesmo fato.

Um bom ajuste, particularmente em fatos faz toda a diferença, mesmo para os homens de silhueta alta e esguia. Para homens baixos, mais gordos ou mais musculados também as camisas ou as calças devem ser ajustadas. E a partir do momento em que alguém experimenta roupa ajustada, mesmo pronto-a-vestir, é difícil voltar a vestir algo saído da prateleira da loja.

Só uma roupa bem ajustada enaltece o corpo do utilizador no entanto existem limites para os milagres que a roupa consegue fazer. Para quem quer projectar uma imagem harmoniosa e sedutora antes de ajustar a roupa ao seu corpo deve ajustar as formas do seu corpo. Um homem com um corpo mais magro ou atlético (fitted) terá proporções físicas mais equilibradas e por isso terá muito mais facilidade para se vestir. E não terá de gastar tanto dinheiro em alfaiate ou costureira.

Não é difícil um homem andar bem vestido. É preciso ter uma visão global do guarda-roupa para fomentar a versatilidade e isso é conseguido mais facilmente escolhendo peças clássicas. Mas é preciso ter a noção de que antes de qualquer outra coisa, um homem bem vestido veste roupa ajustada (fitted) a si.

fevereiro 24, 2012

Loafers são para vadiar

Acho que está a cair em desuso mas ainda se vêem bastante homens vestidos de fato e loafers. Eles são inadvertidamente chamados de moccasins mas o moccasim é, grosso modo, uma variante mais descontraída e sem sola do loafer. O moccasim é um sapato de verão enquanto o loafer pode ser usado todo o ano. Por serem mais formais os loafers são elegíveis por muitos homens para acompanhar fatos, algo que sempre me pareceu algo estranho.

Um loafer mesmo luxuoso é um sapato intrinsecamente informal
Na essência os loafers são sapatos informais, o seu nome é disso evidência (loafer - vadio), logo adequados com uns chinos e um blazer mais desportivo. Por isso, para mim, os loafers fazem sentido numa versão mais informal do que o típico preto brilhante. Não digo que uns loafers pretos com um fato escuro seja um erro básico de moda masculina até porque em moda a única regra a respeitar deve ser a do equilíbrio e harmonia. Mas não me parece natural. Já se for o loafer da moda em Portugal, o sapato vela, é inaceitável.

O sapato vela transpira verão e faz todo o sentido em cores vivas
Pode parecer estranho mas dada a popularidade do sapato vela em Portugal (que não me parece que tenha paralelismo em nenhuma parte do mundo) há quem o pretenda combinar com roupa mais formal. Não pode ser. O sapato vela é uma versão menos elegante do loafer típico e por isso deve ficar reservado para os outfits mais descontraídos de fim de semana. Na minha opinião, e porque é um sapato mais aberto do que o loafer, só devia ser usado nos meses mais quentes do ano. Por isso acho que é o sapato ideal para experimentar cores que fujam à palete mais tradicional o que raramente se vê em Portugal. No fundo, o sapato vela é uma alternativa ao moccasim.

fevereiro 22, 2012

Problema resolvido

Quando os homens passaram a usar o relógio no pulso e não no bolso criaram a jóia do homem por excelência mas também criaram um problema. A assimetria de comprimento de manga à vista que poderá ser maior ou menor dependendo do tamanho do relógio e do diâmetro do punho da camisa. A menos que... se use o relógio por cima da manga!

Azul e cinza

O meu conjunto de hoje foi dominado pelo azul e cinza com um pequeno toque de vermelho para quebrar a monotonia


Blazer em lã da Decenio; Camisa em algodão da Massimo Dutti; Lenço de peito em algodão da Zara
Gravata em seda/linho/algodão e cinto em pele da Massimo Dutti
Calças em ganga da Salsa;  Sapatos blucher wingtip em pele da Aldo

fevereiro 20, 2012

Video Massimo Dutti primavera/verão 2012

O enorme bom gosto da Massimo Dutti está bem patente no video da colecção primavera/verão 2012. A casa espanhola terá papel de destaque neste blog pois diria que é incontornável para o homem que queira vestir com estilo:


A música é da compositora inglesa Helen Jane Long e chama-se Freefall

fevereiro 19, 2012

Proposta de primavera

Uma proposta vinda de um entusiasta oriental. A prova de que o bom gosto não conhece nacionalidades e de que a primavera já chegou a outras latitudes:


Não sou grande entusiasta de sapatos vela mas em azul marinho e branco abro uma excepção. A gravata colorida em xadrez é muito bonita. Dois artigos fortes neutralizados pelos básicos chino caqui e camisa rosa clara. Receita clássica para um resultado sem mácula.

fevereiro 18, 2012

Roçar a perfeição

Tenho de confessar que fiquei desiludido com a colecção primavera/verão 2012 da Pal Zileri que se inspirou no filme dos anos sessenta Plein Soleil, cuja história foi recontada mais recentemente no filme The talented Mr. Ripley. Este verão vai ser marcado pela presença de muita cor nas roupas e as propostas da Pal Zileri são algo pálidas. Algumas peças são excelentes mas outras parecerem-me desactualizadas: 
 

Provavelmente o problema nem está na colecção deste ano. Se calhar estava com as expectativas muito altas depois da colecção primavera-verão 2011 que na minha opinião andou muito perto da perfeição:
 

fevereiro 17, 2012

Essencial V e VI - Blazer em algodão bege e azul marinho

Blazer em algodão caqui
No que ao vestuário diz respeito o blazer é a quintessência do homem. Não existe nenhum guarda-roupa masculino que esteja completo sem conter pelo menos um. E não existe nenhum bom guarda-roupa masculino que não seja dominado por eles. Um blazer de lã é mais "nobre" e seria a recomendação mais óbvia, mas recomendo que se comece por adquirir blazers em algodão. Ele ocupa uma posição mais baixa na hierarquia da formalidade mas abrange um espectro maior de possíveis outfits.

Ainda na comparação entre os dois tecidos, um blazer de lã fina pode ser usado todo o ano enquanto que um de algodão fino não é o ideal para um inverno frio como o que estamos a viver e um de algodão grosso é demasiado quente para boa parte do ano português. Ainda assim para quem não tem de usar fato todos os dias acho que um blazer de algodão consegue ser mais versátil. Dependendo da zona de Portugal em que se vive é recomendável optar por um mais invernal ou outro mais primaveril como os das fotos. Ainda assim, mais tarde ou mais cedo, é provável que acabe com um de inverno e um de verão de cada cor. Não serão demasiados dada a sua versatilidade.

Depois dos sapatos, o blazer é provavelmente a peça de roupa em que a qualidade mais faz a diferença. E quando digo qualidade não digo marca ou preço. Nem sempre preço e qualidade andam de mão dada. Às vezes olho para blazers que a 5 metros me parecem bem mas que quando se chega perto perdem o encanto. E como estamos a falar de blazers essenciais, isto é, daqueles que perduram às vagas da moda e portanto para são comprados durar muitos anos vale a pena investir num item de qualidade, qualidade do tecido, do design e da construção.

Blazer em algodão navy
Como queremos que o blazer seja o mais versátil possível não deve ser nem demasiado estruturado nem demasiado informal. E para não fugir à regra básica das peças essenciais deve comprar-se um blazer clássico e intemporal. Acho por isso recomendável que seja de dois botões, três bolsos interiores com pala nos inferiores, tal como os dois exemplos das fotos.

Em relação à cor e à, semelhança das calças, as opções mais universais são o caqui e o navy. Será uma questão de gosto ou de conjugação com as calças. Na minha opinião deve ter-se um blazer de cada uma destas cores. Para quem não tem nada uma possibilidade é adquirir dois fatos, um caqui e um navy, o que tem uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem é que se fica com mais soluções blazer/calças (caqui/caqui; navy/caqui; caqui/navy; navy/navy) do que na alternativa de comprar as quatro peças em separado. Será quase impossível conjugar blazer/calças da mesma cor se não fizerem parte do mesmo fato. A desvantagem é que as calças de um fato serão mais estruturadas do que as chino tornando-as potencialmente menos flexíveis.

Para o fim deixei o aspecto mais crucial quando estamos a falar de blazers, o corte ou ajuste ao corpo. O blazer é capaz de melhorar a figura masculina como nenhuma outra peça de roupa mas para isso tem de ser moldado ao corpo de quem o vai vestir tal como acontece na foto do blazer azul. As mangas começa exactamente sobre os ombros, o blazer fica pouco folgado quando apertado (e nunca se aperta o último botão de um blazer, colete ou cardigan) e as mangas têm o comprimento para permitir que se veja um pouco das mangas da camisa.

fevereiro 16, 2012

Colecção Sisley homem primavera-verão 2012

Via agulha bairrista fui ao encontro da colecção masculina primavera-verão 2012 da Sisley e encontrei algumas peças interessantes. Existem alguns looks mais formais e escuros mas o que me saltou à vista foram os blazers e os calções de cores mais veraneantes.
Não é fácil encontrar em Portugal blazers pronto-a-vestir de cores claras ou padronizados. Pelo menos com o bom aspecto aparente destas três propostas da Sisley. Será que chegarão a Portugal? A confirmar um dia destes numa das lojas.
Outras das peças que fiquei com vontade de ver ao vivo são estas bermudas em tons pastel rosa e verde. mas duas propostas bem interessantes. Nestes dias frios até parece despropositado pensar em calções.

fevereiro 15, 2012

Essencial IV - Sapatos Monk Strap castanhos

Uns Monk strap podem ser usados até com jeans
Já temos a camisa e já temos as calças. Seguem-se os sapatos. Dizem as regras básicas que todos os homens devem ter uns sapatos de atacadores (Oxford ou Blucher) mas vou quebrar a lei e sugerir antes uns Monk Strap. E porquê? Porque os acho mais vanguardistas e confiantes. E também porque acho os Monk strap mais versáteis. Enquanto que uns Oxford formais são demasiado "antiquados" para usar com jeans e uns Blucher descontraídos pouco coloquiais para combinar com um fato uns Monk Strap de formalidade intermédia conseguem ser encaixados em qualquer roupa. Esta é uma opinião discutível mas é aquilo que acho, pelo menos neste momento pois sabemos como a moda é volúvel.

Mesmo contando com a variabilidade da moda será muito difícil uns Monk Strap saírem de moda e por isso é uma das compras mais seguras que um homem pode fazer. Mas que tipo de Monk Strap? Uma regra que me parece funcionar em relação a sapatos é que quando se está indeciso entre uns mais formais e outros menos "rígidos" se deve optar pelos primeiros pois sairão mais vezes do armário. É possível "aligeirar" um par de sapatos com a roupa mas tornar uns sapatos desportivos mais "sérios" mesmo com um fato é tarefa impossível.

Double Monk Strap cap toe castanho escuro
Resolvida a questão da formalidade que cor e tipo de Monk Strap devemos escolher? Sendo os primeiros sapatos a comprar deve-se optar pela cor de sapatos mais universal de todas, o castanho. Em relação ao estilo, e porque os Monk Strap não têm os atacadores para cortarem o efeito visual alongado, eu gosto de os ver com dupla fivela e cap toe (banda de pele sobre o bico do sapato) tal como o da foto ao lado. Aquilo que definitivamente não aconselho são Monk Strap com a ponta quadrada. Na verdade não o aconselho em qualquer tipo de sapato, nunca gostei de sapatos de formato quadrado e actualmente estão fora de moda.

Os Monk Strap em Portugal não são populares e por isso não é fácil encontra-los (pelo menos a preços razoáveis). Não há nada a fazer em relação a isso e em todo o caso, como escrevi no primeiro post deste blog, um guarda-roupa não se faz num dia. É uma questão de saber esperar ou então de optar por comprar online.

fevereiro 14, 2012

As meias também são gente

Meias azuis eléctrico com sapatos Oxford Cognac 
Basta ver o que existe na blogosfera de moda masculina para perceber que as meias deixaram de ser a roupa interior dos pés, escondidas debaixo das calças. As meias perderam a vergonha e revelam-se cada vez mais e em cores e padrões cada vez mais fortes. Não sei se o ressurgimento das meias coloridas se deu com o regresso das calças de perna mais subida mas a verdade é que ambas se complementam.

Esta tendência das meias coloridas vem a calhar nestes tempos de austeridade dado que um par de meias que fujam das tradicionais cores escuras é a forma mais barata de personalizar um conjunto.

Meias vermelhas com sapatos Double Monk strap castanhos

Gosto de usar as calças mais subidas do que o normal pois acho que as calças compridas amarrotadas sobre os sapatos estragam o equilíbrio da transição perna/sapato. Usadas desta forma as meias ficam sempre à vista, mesmo em pé. No entanto só tenho meias pretas, navy, cinza ou castanhas. A principal razão é não querer introduzir mais uma variável na escolha da roupa. Normalmente escolho a roupa de manhã no banho, ou à noite antes de me deitar e quero que seja um processo rápido. E parece-me que nas meias existe uma linha muito fina entre uma escolha brilhante e o desastre total. E eu não quero tomar essa decisão a olhar para o relógio e apressado para sair. Provavelmente é apenas falta de hábito.

O facto é que as marcas oferecem uma variedade cada vez maior de meias e não é complicado encontrar na Zara ou na H&M meias para todos os gostos. Para usar basta respeitar a regra de que as meias devem ser conjugadas com uma das peças de roupa, de preferência com a peça de roupa menos neutra para sobressaírem. A experimentar sem moderação!

fevereiro 13, 2012

Essencial II e III - Calças chino bege e azul marinho

Calças chino caqui - um clássico versátil
Muitos argumentarão que as primeiras calças a entrar num guarda-roupa masculino devem ser uns jeans azul escuro. Um dos sinais mais claro que deixámos de vestir como um adolescente e adoptámos um estilo maduro é precisamente deixar de considerar as calças de ganga fundamentais. Para quem usa fato todos os dias da semana umas tradicionais calças de fato em lã serão mais importantes mas para quase todos os homens nenhumas outras calças são tão versáteis como umas chino. Estas calças de formalidade intermédia ganharam o seu nome devido ao tipo de tecido com base de algodão que foi trazido da China.

Actualmente são calças muito populares em todo o mundo e entende-se porquê. As calças chino num tom neutro ficam bem com uma camisa, casaco de ganga, cardigan, trench, blazer, sobretudo, etc. Não existe nada mais versátil para cobrir as pernas. Basicamente só ficam desadequadas nos extremos das possibilidades de um conjunto. Podem ser demasiado "betinhas" para usar com uma t-shirt larga e demasiado informais para um blazer estruturado em lã.

Com a bainha enrolada a imagem é mais descontraída
Para uma maior versatilidade as calças chino devem ter um corte o mais clássico possível, justas sem ser skinny e sem pinças à frente. Devem estreitar ligeiramente abaixo do joelho e ter um comprimento que permita o compromisso entre serem usadas com botas no inverno e mocassins no verão. À semelhança das calças de ganga, a bainha pode ser dobrada ou enrolada para adaptar a altura da perna e/ou dar uma imagem mais descontraída (como na foto). As calças chino podem e devem ser usadas todo o ano.

Devem ter quatro bolsos em que os de trás têm um botão mas sem pala. Quanto à cor não consigo ordenar, entre o bege (cor terra) e o azul marinho (escuro), qual a mais essencial. Por isso recomendo um par de cada cor. As navy serão mais usadas no inverno e as caqui no verão.

fevereiro 11, 2012

Essencial I - Camisa azul claro

Um guarda-roupa masculino não se compra num fim-de-semana. Pensa-se, ajusta-se e dá-se um fio condutor que permite que haja coerência e versatilidade entre todas as peças. É um processo interminável mas fácil de começar. O guarda-roupa de um homem deve começar pela peça mais versátil que ele alguma vez vai conter, a camisa azul claro. Pode argumentar-se que a camisa branca é ainda mais fundamental mas na minha opinião, e também no meu dia-a-dia, dou mais uso à camisa azul claro. Em boa parte por ser a cor de camisa mais comum no meu guarda-roupa. Mas acima de tudo porque o azul claro é a cor mais fácil de conjugar. Fica bem com os clássicos: os tons mais escuros de azul, cinzentos, castanhos, beiges, verdes ou preto. Mas também com cores mais aventureiras como o amarelo, branco ou rosa.


As camisas azul claro estão para o guarda-roupa masculino como o cabelo para a cabeça, nunca se tem de mais. Em algodão, linho ou ganga (como na foto), de manga curta ou comprida, com um, dois ou nenhum bolso, formal ou desportiva, lisa, mesclada, às riscas ou xadrez com branco deve haver sempre um cabide para uma camisa azul claro.

Se ainda encontrar nos saldos uma camisa azul claro que goste compre. Ela não é consumo é investimento. E para ser um investimento de longo prazo opte sempre por um modelo clássico, sem símbolos à vista ou detalhes vanguardistas. O clássico é sempre mais bonito, mais versátil e visualmente mais duradouro. Esta não é uma regra exclusiva para as camisas azul claro, é uma regra básica para as peças essenciais e uma boa opção para todas as peças que tenha no guarda-roupa.

fevereiro 10, 2012

Porquê?

Há gostos que vêm com a idade. Aos 30 foi o vinho aos 35 a gravata. Não tenho necessidade mas gosto de vestir um fato ocasionalmente. Vestir deixou de ser apenas um acto quotidiano,  irreflectido quase automático e passou ser algo pensado, um gosto que se cultiva e desenvolve. A construção de um guarda-roupa masculino e maduro é um processo evolutivo e sem fim à vista.

Não sou de alguma forma um especialista ou alguém que trabalha na área. Sou apenas um consumidor activo que tem prazer em escolher aquilo que veste. A roupa que aparecerá neste blog é efectivamente roupa que compro e uso diariamente. Os comentários que farei resultam da minha própria descoberta e experiência. Sou um auto-didacta puro e o que escreverei resulta apenas do meu gosto pessoal. Se o partilhar convido-o a ler.