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novembro 14, 2012

Vamos falar de fibras

As percentagens são discutíveis, mas uma peça de roupa é definida em 50% pelo corte, 25% pelos detalhes/cor/padrão e 25% pelo tecido.

Os homens, erradamente, dão pouca importância ao corte mas, como tenho insistido, é aperfeiçoando aí que melhor se consegue atingir o objectivo "andar bem vestido".

Os detalhes (botões, fechos, golas) cores e padrões da roupa são mais valorizados porque traduzem mais a personalidade de cada um. Ao passo que o corte e o tecido da roupa obedece a directrizes mais objectivas e rígidas, no que toca aos detalhes e cores a subjectividade do gosto deve ser protagonista. Ainda que regras básicas, como padrões ou bolsos serem mais informais do que peças lisas, devam ser atendidas é na cor e nos detalhes da roupa que se forja a imagem estética que queremos passar.

Ficam a faltar as fibras que compõem os tecidos. A grande maioria dos homens não tem consciência da diversidade de fibras que podem ser usadas para fazer roupa e acredito que a maioria nunca olhe para a etiqueta antes de comprar. Mas se o sexo masculino não é capaz de dissertar sobre fibras qualquer ser humano é capaz de as distinguir pelo tacto e visão.

Quando se é adolescente e se vestem roupas disformes, com bonecos e frases, de cores/padrões garridos que rapidamente se deixa de gostar o tecido de que são feitas tem menos relevância. Mas quando se amadurece e o estilo, o conforto e intemporalidade do guarda-roupa deixam de ser palavras vãs, os tecidos começam a importar. E o guarda-roupa de um homem só deve ter roupa feita com fibras naturais (linho, algodão, lã, seda, etc.). As fibras sintéticas (poliéster, viscose, nylon, etc) não têm o mesmo tacto, aspecto, durabilidade ou capacidade de se moldarem ao corpo de uma fibra natural. As roupas composta por fibras sintéticas nunca caem tão bem no corpo, não se prestam a serem ajustadas por um alfaiate/costureira da mesma forma nem têm um aspecto tão luxuoso.

Claro que já estará a comentar que o luxo vem acompanhado do preço. É verdade que não há milagres, que   uma gravata 100% caxemira tem de custar mais do que uma 100% poliéster. Mas atenção que muitas marcas vendem roupa com misturas de fibras naturais e sintéticas pelo preço que outras pedem pelo mesmo artigo em tecido completamente natural.

Defendo ter menos roupa, mais sóbria e natural do que muita sintética. Vejamos o exemplo de um cardigan azul marinho, sem gola, sem bolsos e com botões castanho ou azul escuros. É uma peça clássica, intemporal que sempre se usou e sempre se usará. Que sentido faz comprar um cardigan assim se não for 100% natural? Se quiser poupar espere pelas promoções, todos os anos muitas marcas têm cardigans azul marinho nas suas colecções. Se o comprar com viscose ou poliéster, mesmo que numa percentagem baixa do tecido, sempre que se sentar no sofá com ele para ver um filme vai arrepender-se de o ter feito.

Dentro das fibras naturais há margem para o nosso gosto na hora de optar pois cada fibra natural tem as suas características e personalidade. O linho e algodão são mais informais do que a lã e seda. O linho mais fresco próprio para o verão e a lã mais quente adaptada ao inverno. Mais do que a maioria dos homens se possa aperceber conscientemente, o mesmo casaco (corte, cor, estilo) feito em algodão ou lã fica diferente. E existem ainda as misturas entre fibras naturais para mesclar características. Por exemplo, as camisolas em lã/seda têm um aspecto lustroso e elegante e os blazers em linho/algodão um visual descontraído e confortável.

Olhar para a etiqueta da composição deve ser algo tão normal de se fazer quando se compra roupa como olhar para a do preço. Até gosto de passar o tecido entre os dedos e tentar adivinhar a composição antes de confirmar na etiqueta.

5 comentários:

  1. Nao concordo... Com o facto de 25% de importância. Acho que tem muito mais. O corte e os detalhes é o que me faz aproximar, mas depois toco sempre. E é este toque que me faz, ou nao, tirar a peca de roupa do cabide.

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    1. Concordo E, por isso escrevi discutível. E depende de cada um de nós. E, não referi, mas para além das fibras também a construção do tecido (espiga, pé de galo, twill, etc) dá diferentes personalidades e efeitos à roupa.

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  2. Excelente post mas também coloco o material na percentagem mais alta. Nenhum corte funciona se for poliéster. Não há como. Não só não tem o mesmo aspecto, como não tem o mesmo cair de um tecido natural.

    Tudo o que disseste vale também para o feminino.

    Eu sou daquelas que a primeira coisa que faz é mexer, cheirar (pele) e depois ver a composição (Instruções de lavagem também. Evito ao máximo peças que exijam lavandaria.).

    (Os saldos que nunca mais chegam e eu com uma lista já extensa!)

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  3. Mais um. A qualidade é o mais importante para mim, embora seja inútil ter uma peça de boa qualidade se tiver um mau corte. Mas a verdade também, é que isso raramente acontece. É estúpido entregar a um mau profissional uma boa cachemira.
    Para já, tenho o guarda-roupa fechado~. As únicas peças que comprei esta época, foram um casaco de tweed, 2 ou 3 pares de calças de flanela e umas em bombazina, creio que uma camisa, e umas gravatas. Tudo isento de fibras.
    Já agora, e em referência ao post anterior, a meia deve ser a peça onde a qualidade é o mais importante, até pela saúde dos nossos pés. Aí é que as fibras artificiais são terminantemente proibidas.

    Um abraço

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